quarta-feira, 27 de abril de 2011

DE SATÃ OU DA INGRATIDÃO

Podem vaticinar os puristas que desingratidão é neologismo, que a referência castiça deveria ser ingratidão. Penso que não.

Ingrato é aquele que nunca escondeu sua condição. É incapaz de aferir e contabilizar o que lhe foi feito de bom pela vida, pelo semelhante, se, crente, por Deus, seja qual for o conceito que tenha do transcendente.

São seres humanos que abraçaram com tal sinceridade sua condição, que as suas atitudes raramente nos causam surpresa ou repulsa. Não raro temos essa gente em nosso ciclo de amizades e suas demonstrações relativas à empatia com sentimentos nobres não nos parecem bizarras.

O "desingrato" é aquele que, dissimulado sua condição moral inferior, consegue entrar e sair dos ciclos sociais que frequenta na condição de quase vírus, mantendo seus "hospedeiros" vivos em condição precária, apenas porque sabe que deles pode "depender" ou extrair elementos de "sobrevivencia", mantendo-os assim enquanto lhes são "úteis". São práticos, frios, bons de matemática, aprenderam a andar no fim da navalha e disfarçar sua fragilidade.

O "desingrato" carece do seu defeito, porque é ele mesmo que os faz sobreviver.

Sua armadura é a mentira e a manipulação, a mesma usada por Satã.

Quando começei a escrever este post, Osama Bin Laden ainda vivia, com seu dedo em riste apontado desde o oriente e clamando contra o Grande "Satã", representado pelos cruzados (cristãos) e sionistas (judeus).

Mentira, nem todos os cristãos foram cruzados, quiça fossem, não teriamos uma igreja católica tão ambígua. E nem todos os judeus sionistas, uma pena.

Valia-se ele da miséria e desesperança de milhares, para lançar seus escrementos como petardos, fornecendo logística e dinheiro para que vidas fossem destruídas em nome de seu deus. Seu profeta, vivo fosse, e lhe o excomungaria. Mas para alegria de "oil sheiks" sauditas, um dos seus milionários resolveu se sacrificar pelo bem estar da Halliburton do Cheney. Agora acabou a brincadeira, já perdemos 3 trilhões de dólares e o Bin já tava mesmo fazendo hora extra. Trocamos Osama por Obama, fair play.

A desingratidão é uma forma de mentira, uma mentira internalizada, na qual o indivíduo se acredita credor da boa vontade da sociedade, de seus familiares, amigos e conhecidos. São aqueles que preferem o seu peixe a "Belle Menière" a aprender a pescar.

Alguns dos chamados movimentos sociais abrigam tal espécie de gente.

Ainda ontem vi gente defendendo os índios, e me recordeo de duas ocasiões em que tive contato com os assim chamados nativos. Uma em Porto Seguro, na qual tive que dar dinheiro à mãe de dois silvícolas para tirar uma fotografia com a mão em seus cabelos. O gato subiu no telhado, com uma vontade enorme de gastar sua última vida.

Mais recentemente, durante minha passagem, curta, pela NOVACAP, não equivocadamente conhecida como Brasília ( que muito nos reporta a uma Ilha cercada de Brasil por todos os lados).

Um grupo de índios acampava na Esplanada, entre o prédio do Ministério da Justiça, tentativa de Oscar em fazer-nos recordar que lá fora, no Brasil real, temos cachoeiras; o "Palácio" do Itamaraty", que desonra o termo "palais" de múltiplas formas e o prédio do Congresso, um falo ladeado por duas meias "bolas", talvez a indicar que se somadas não produziriam um só homem de bem.

A turba ostentava flamulas escritas em má caligrafia, mas excelente inglês, penso que vi tímida e abaixo dessa uma outra em francês, com certeza para homenagear os mais de quinhentos postos no exterior criados pela política externa do ex-presidente, que, por inspiração de seu chanceler de triste memória, cismou em inaugurar relações e prédios consulares em países da Africa, em Estados que duram no máximo seis meses.

A cena era digna das narrativas do homofóbico, comunista e ateu Graciliano Ramos ou do "galhado" mas gentil e talentoso Euclides da Cunha, respectivamente "Grandes Sertões Veredas" e o jornalístico e longuíssimo "Os Sertões".

Tendas, fogaréus, pajelanças, o cheiro enauseante de falta de banho, e a poeira vermelha da Brasília do estio. Mentiras.

Cenário armado por pura falta de fazer, ou não, como diria Caetano, para tentar engabelar a classe política, já que os carros de luxo que transitam pelos dois eixos, se preocupavam mais em não atropelar nenhum manifestante bebado ou criança desgarrada do que com a tal causa indígena.

Um discenso no inferno, já imaginaram? Que diabos poderia ser a solução...

Afinal, nossos filhos e nós mesmos somos tão nativos quanto eles, o que não nos dá o direito de ocupar espaço público, ferir a golpes de facão nossos desafetos ou roubar e negociar madeira e biodiversidade.

Lá haviam índios negros, no máximo cafuzos, representantes de duas minorias portanto, da minoria esmagadora de negros, que se deixam dominar porque querem, já que são em número maior, fatando-lhes só organização e nativos.

Sabe-se, desde sempre, que nossos nativos eram migradores, viviam em um sítio até esgotar seus recursos naturais e depois mudavam de praça, às vezes arrumando arruaças que demoravam anos para serem solucionadas com outros grupos. Uns até ajudaram invasores, e não em troca de miçangas e espelhos. Desconheciam fronteiras, reservas etc.

Falta verdade no mundo, assim como fé no coração dos homens.

Amor, virou objeto de ADI/ADPF/ADIN, em voto quase lascívo de ministro da mais alta corte, que sabe muito bem que a tal união homoafetiva virou uma Empresa; depois do ministro o dilúvio, voltamos ao tempo em que os casamentos tinham como alvo os bens, bens afortunados.

Se existia algo de romantico nas relações homossexuais, isso ficou no passado. Agora é só escolher o estatuto societário e forma, não personificada (para enrrustidos), em contas de participação para os "negócios curtos" (seu juiz o negócio dele era "curto" mas funcionava - desculpem senhoras, não pude perder a piada, já vislumbro magistrados corarem em audiencias Brasil a fora), ou personificadas, sendo que a mais interessante deverá ser com certeza aquelas em nome coletivo, formadas em raves.

Mentira.

Será que algum dia terão coragem de beatificar o Charlie Sheen ? Pelo menos o homem não mente...

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